sexta-feira, 7 de novembro de 2008

o ancião ignorante


O Ancião ignorante

Era um velho muito simples e analfabeto.
Queria encontrar a paz interior e dedicar os últimos anos da sua existência a melhorar a sua vida interior. Dirigiu-se a um mosteiro e bateu às suas portas.
Explicou aos monges que tinha um vivo desejo de encontrar o sentido da vida, de se purificar e achar a serenidade definitiva, pelo que pedia que o aceitassem como noviço.
Os monges pensaram que o homem era tão simples e tão inculto que nem poderia entender os ensinamentos mais básicos, nem ler as Escrituras; mas como o viram tão motivado e com intenção pura, deram-lhe uma vassoura e disseram-lhe que se ocupasse diariamente de varrer o claustro.
Durante anos, o ancião varreu o claustro muito atenta e esmeradamente, sem deixar de fazê-lo um único dia.
Paulatinamente, todos os homens começaram a ver mudanças notáveis no varredor. Parecia tão sossegado, gozoso, harmonioso!
Todo ele emanava uma atmosfera de sublime serenidade. A sua inspiradora presença chamava tanto a atenção, que os monges se aperceberam de que o homem tinha atingido um considerável grau de evolução espiritual e uma grande pureza de coração.
Perplexos, perguntaram-lhe se tinha seguido alguma prática ou método especial, mas o velho, com toda a humildade, disse:
- Não, não fiz nada de especial, acreditem. Dediquei-me diariamente, com amor, a limpar o claustro, e cada vez que varria o lixo, pensava que estava também a varrer o meu coração, limpando-me de todo o veneno.

Ramiro Calle



Um Vaso da velha chinesa

Uma chinesa velha tinha dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidadede uma vara que ela carregava nas costas. Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Todos os dias ela ía aorio buscar água, e ao fim da longa caminhada do rio até casa o vasoperfeito chegava sempre cheio de água, enquanto o rachado chegava meiovazio. Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água. Naturalmente o vaso perfeito tinha muito orgulho do seu próprio resultado -e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer. Ao fim de dois anos, reflectindo sobre a sua própria amarga derrota de ser'rachado', durante o caminho para o rio o vaso rachado disse à velha : 'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até à sua casa ...' A velhinha sorriu : 'Reparaste que lindas flores há no teu lado do caminho, somente no teu lado do caminho ? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto voltávamos do rio, tu regava-las. Foi assim que durante dois anos pude apanhar belas flores para enfeitar a mesa e alegrar o meu jantar. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa !' Cada um de nós tem o seu defeito próprio : mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é ... e descobrir o que há de bom nele ! Portanto, meu 'defeituoso' amigo/a, desejo que tenhas um bom dia e que te lembres de regar as flores do teu lado do caminho !

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